visita mediada
Partindo de um bate papo inicial sobre questões referentes à arqueologia, história, pré-história (ou período pré e pós-colonial), a visita mediada ao MAI se inicia.
A visita inicia no painel expositivo localizado na área externa do MAI onde estão dispostas as informações gerais sobre o Museu, incluindo o mapa com a localização dos sítios arqueológicos da região.
Em seguida, iniciamos um bate papo sobre questões referentes à arqueologia, história e o território de Itaipu utilizando o painel expositivo “Cronologia Socioambiental de Itaipu”, que retrata a memória, material e imaterial, das ocupações humanas do seu entorno nos três períodos arqueológicos abordados: pré-invasões, colonial e contemporâneo.
A visita tem continuidade pela exposição permanente “Percursos do Tempo – Revelando Itaipu” que revela os objetos, pessoas e paisagens naturais da Itaipu do passado. O discurso museológico tenta fazer uma aproximação do museu com a comunidade. Apresenta os vestígios dos povos sambaquianos (composta por líticos polidos, lascados, feições de polimento, amofarizes, pigmentos, sepultamentos humanos, blocos testemunhos do Sambaqui de Camboinhas entre outros), provenientes das Coleções Hildo de Melo Ribeiro; e dos Blocos-testemunhos do Sambaqui de Camboinhas.
Também fazem parte da expografia peças da Coleção Remanescentes do Recolhimento de Santa Teresa (composta por fragmentos cerâmicos, líticos e vítreos encontrados no sítio arqueológico histórico em que se encontram as ruínas do antigo Recolhimento de Santa Teresa), e a Coleção Aureliano Mattos de Souza (formada por objetos doados por este pescador tradicional da região).
A visita aborda ainda a presença dos barcos de pesca atuais, redes, a praia de Itaipu e ressalta a importância da preservação da biodiversidade do local e das Comunidades Pesqueiras locais.
Na sequencia, conduzimos o grupo para os pátios externos e exploramos os motivos da construção do Museu, a existência de tal instituição do século XVIII e quem aqui estava, para compreender a dinâmica de ocupação do Recolhimento de Mulheres de Santa Teresa e relacionando com as questões de gênero e a problemática atual da violência contra a mulher, que infelizmente permanece na nossa sociedade.
Em outro pátio, seguimos a visita para a instalação artística dedicada à memória das famílias de pescadores que viveram dentro do espaço, antes mesmo da sua criação enquanto um Museu, afirmando o seu compromisso institucional de preservar e valorizar essas comunidades com histórias seculares de ocupação, preservação e defesa deste território.
Aqui não há unicamente um edifício a ser visitado, mas sim um território – que é de todos – e compreende as ruínas do antigo Recolhimento de Santa Teresa, a Duna Grande, a praia e o Parque Estadual da Serra da Tiririca. Aqui não há apenas coleções arqueológicas a serem contempladas, mas um patrimônio arqueológico, arquitetônico e ecológico, que é nacional e comunitário.
Com as visitas mediadas, o museu tenta se firmar como local de troca de experiências entre culturas distintas para diversos públicos; seja a troca entre os antigos e os atuais habitantes desta faixa litorânea de Niterói, ou entre a pluralidade cultural dos modos de fazer e viver dos moradores de Itaipu e a daqueles oriundos de outros cantos.