O antigo Recolhimento de Santa Teresa, fundado em 1764, é uma construção em alvenaria de pedra, com conchas dos sambaquis, molduras de cantaria, unidas por óleo de baleia. O corpo principal do prédio ainda permanece com todas as suas características. Sua planta é um retângulo, medindo 46,40 metros de comprimento por 26,60 metros de largura. Há predominância das linhas horizontais, devido a pouca altura do pé direito e a grande largura dos vãos, características que criam um aspecto de calma e solidez.
Não existe simetria no conjunto, mas há elementos dispostos simetricamente em relação à entrada principal, que parece ser o centro de uma composição que não chegou a seu fim.
A área conta com sete pátios abertos, dos quais existe a certeza de pelo menos um ter sido coberto por telhado. O prédio foi tombado em 1955 pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (DPHAN) e em 1968 iniciaram-se as obras de consolidação e conservação-restauração da capela e das paredes de rocha das muralhas. As aberturas existentes em suas paredes foram vedadas e a desocupação de seu interior foi efetuada.
Leia mais…Quando o Museu de Arqueologia de Itaipu foi criado em 1977, inaugurou-se a exposição de longa duração “Aspectos da pré-história do litoral do Estado do Rio de Janeiro”. Era uma exposição com abordagem arqueológica, que não retratava a memória mais recente daquela comunidade de pescadores que tanto desejou preservar a região e seus monumentos históricos.
Com o passar dos anos, essa exposição de caráter científico e sisuda – afastada da realidade cotidiana daquela comunidade que vivia tanto da pesca quanto da venda de alimentos, água, protetores solares, cangas e biquínis na praia – pairava sobre suas cabeças, alheia às suas demandas e aos seus usos sociais. Em contrapartida, havia uma passividade do público em relação àquele acervo e o museu começou a ver a comunidade, que outrora pedira por sua criação, afastar-se dele. Os ossos de oito mil anos já não lhes diziam mais nada.
Dessa forma, a nova exposição do museu, “Percursos do Tempo – Revelando Itaipu”, (inaugurada em janeiro de 2010) dá início a um novo discurso museológico e tenta fazer uma aproximação do museu com a comunidade. Ali não há unicamente um edifício a ser visitado, mas sim um território – que é de todos – e compreende as ruínas do antigo Recolhimento de Santa Teresa, a Duna Grande, a praia e o Parque Estadual da Serra da Tiririca. Ali não há apenas coleções arqueológicas a serem contempladas, mas um patrimônio arqueológico, arquitetônico e ecológico, que é nacional e comunitário.
O museu não deseja apenas um público formado por turistas e visitantes de outros bairros, mas também uma comunidade participativa. O museu não tenta promover apenas uma ação educativa na área arqueológica e histórica, mas também na área do ecodesenvolvimento, de onde é tirado o sustento econômico daquela comunidade. Ou seja, o museu não quer falar apenas do ontem, mas quer tocar também no hoje e no amanhã.
Assim, a exposição “Percursos do Tempo” insere essa comunidade e seus antepassados (não apenas os sambaquieiros) nos percursos do tempo de Itaipu. Os modos de vida e de sustento atual também fazem parte do tempo, e isso reaproxima uma população que estava afastada e desinteressada do museu. Ademais, essa é uma perspectiva de trabalho que tem como foco a multidisciplinaridade das atividades educativas, majoritariamente nas áreas de história, geografia, biologia e química e arqueologia.
A visitação ocorre de terça a sexta das 11h às 16h.
As visitas mediadas, de terça à sexta, devem ser agendadas através do e-mail: marqueologiaitaipu@gmail.com ou pelo telefone (61) 3521-4365.
Outros assuntos:
A entrada é gratuita.
Telefones:
(61) 3521-4365Endereço:
Praça de Itaipu S/N, Itaipu Niterói RJ, BrasilE-mail:
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