Histórico do Acervo
O Museu de Arqueologia de Itaipu conta com acervos museológico, arquivístico e bibliográfico. A principal coleção museológica do MAI começa a ser formada antes mesmo de sua criação, através da iniciativa do arqueólogo amador Hildo de Mello Ribeiro que, ao longo das décadas de 60 e 70, coletou, por iniciativa própria, itens no sítio da Duna Grande. A Pesquisa de Salvamento de Itaipu, em 79, também contribuiu para formação do acervo, através da produção dos blocos testemunhos do Sambaqui de Camboinhas. Ainda no âmbito da pesquisa arqueológica, trabalhos realizados no espaço do antigo Recolhimento também foram responsáveis por parte significativa do acervo do museu. Integram a coleção museológica, ainda, doações de particulares e da comunidade do entorno.
De maneira mais sistemática, podemos dizer que, atualmente, o acervo do MAI é formado pela:
– Coleção Hildo de Mello Ribeiro: esta coleção compõe-se de 1.175 itens, que remetem a ocupação pré-cabralina da região. São eles machados de pedra, peças cerâmicas, ossadas humanas, conchas etc. Esta coleção, no entanto, em decorrência da ausência de metodologia na coleta dos objetos que a compõem, não tem seu caráter científico reconhecido, muito embora a relevância dos itens seja inconteste enquanto testemunho da existência e hábitos dos povos que habitaram a região;¹
– Coleção de Blocos Testemunhos do Sambaqui de Camboinhas: os blocos testemunhos são oriundos da Pesquisa de Salvamento em Itaipu, feita, em 1979, sob coordenação da Prof. Drª Lina Kneip. Esta pesquisa, feita à época em que se levou a cabo a urbanização da orla de Itaipu, tinha como objetivo salvaguardar o patrimônio representado pelos sítios arqueológicos da Duna Pequena e Sambaqui de Camboinhas, cuja deterioração seria inevitável mediante as obras previstas pelo mencionado processo de urbanização. Um dos resultados da pesquisa, portanto, foi a preservação destes blocos testemunhos, cuja datação aproxima-se de 7 mil anos a.C.;²
– Canoa de Jequitibá: canoa doada pela Colônia de Pescadores ao museu, em 1979. Esta canoa, cuja construção remonta ao século XIX, era utilizada, antes da sua doação, como cocho para tingir redes de pesca e, hoje, integra a exposição Percursos do Tempo;²
– Coleção Remanescentes do Recolhimento de Santa Teresa: esta coleção, formada por 178 itens, é fruto do projeto de pesquisa desenvolvido pela arqueóloga Rosana Najjar, em 1991 e reúne os poucos vestígios que remetem à época do Recolhimento, além das ruínas;²
– Coleção Aureliano Mattos de Souza: esta coleção, cujo nome faz alusão ao pescador que doou o acervo, é formada por 16 itens – redes de pesca, agulhas, pesos, cestos, entre outros – que remetem à prática da pesca artesanal em Itaipu. Tendo em vista o estreito relacionamento do museu com a comunidade do entorno e a crescente demanda pela preservação da história e memória da vila de pescadores de Itaipu, muitos itens são doados ao museu pelos moradores da região.
[1] PLANO MUSEOLÓGICO DO MUSEU DE ARQUEOLOGIA DE ITAIPU/MUSEU SOCIOAMBIENTAL DE ITAIPU 2011-2014, p. 10.
[2] PLANO MUSEOLÓGICO DO MUSEU DE ARQUEOLOGIA DE ITAIPU/MUSEU SOCIOAMBIENTAL DE ITAIPU 2011-2014, p. 11.